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64º Congresso Brasileiro de Cerâmica

07 a 10 de dezembro de 2020 – Águas de Lindóia/SP

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Indústria 4.0: precisamos falar de gente

Alessandra Pupim
Coach Consciência Ativa

Engenheira de Materiais graduada pela UFSCar, com experiência de mais de 10 anos em vendas técnicas, tendo atuado com serviços, refratários e aviação agrícola. Realizou também atividades em Melhoria Contínua, Gestão de Programa e Inteligência de Mercado. É certificada Personal & Professional Coach e Executive & Alpha Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching. Pela TTI Success Insights Brasil, é Analista dos assessments DISC, Motivadores ou Forças Impulsionadoras, Inteligência Emocional, Axiologia e Competências.

Resumo
Manufatura Aditiva, Inteligência Artificial, Big Data, Internet das Coisas, Biologia Sintética… A Quarta Revolução Industrial traz consigo uma avalanche de avanços tecnológicos que mal damos conta de acompanhar. Estamos reformulando os modelos de negócio, o mercado de trabalho, as atividades laborais. Por consequência, as profissões, a relação com o trabalho e as competências essenciais para sustentar toda essa movimentação e mudança. Pode parecer contraditório, mas, ao mesmo tempo que competências tecnológicas são cada vez mais necessárias e valorizadas, habilidades essencialmente humanas, tais como criatividade, pensamento crítico e solução de problemas complexos, ganham mais e mais destaque nos processos de recrutamento e seleção. E a questão é: estamos preparados, ou mesmo nos preparando, “humanamente”, tanto quanto tecnologicamente, para enfrentar os desafios dessa Revolução?

Uso de cerâmicas no enfrentamento da COVID-19

Elson Longo
Diretor do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF/CEPID/FAPESP)

Professor Sênior e Titular do Departamento de Química da UFSCar, professor HONORIS CAUSA da UFPB. Doutor em Físico-Química pelo Instituto de Física da USP-São Carlos, publicou mais de 1.223 artigos em revistas internacionais, Índice H 76, 30.045 citações, possui 39 pedidos de privilégios e gerou mais de 1300 trabalhos em congressos nos últimos 13 anos. Desenvolveu mais de 42 projetos e convênios com os governos Federal e Estadual, e também com empresas (só com a CSN foram mais de 45 Projetos). Orientou e co-orientou mais de 170 teses e dissertações. Recebeu mais de 23 prêmios e menções honrosas. Mantém forte intercâmbio com instituições nacionais e internacionais de pesquisa na Espanha, França, EUA e Itália. Diretor do Centro para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF/FAPESP), que foram concebidos para o desenvolvimento de pesquisa básica e tecnológica, ensino e transferência de tecnologia ao setor privado. Membro da Academia Internacional de Cerâmica (World Academy of Ceramics). Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP) e Membro da Academia Brasileira de Ciências.

Universidade Federal de São Carlos / Departamento de Química

Um material cerâmico clássico, utilizado como refratário, foi sintetizado para eliminação de bactérias e fungos. O composto é feito de micropartículas de sílica, impregnada com prata metálica. Está sílica mostrou grande atividade ao remover o coronavírus em dois minutos. Por outro lado, está cerâmica foi incorporada em diferentes polímeros formando vários compósitos. Estes compósitos foram incorporados em tecidos para eliminar o vírus. O tecido já está sendo usado para a fabricação de roupas e, em particular, equipamentos de proteção individual (EPI) para profissionais de saúde. Mas quem pensa que a tecnologia surgiu com a pandemia está errado. A investigação começou há 14 anos, durante a orientação de doutorado de Gustavo Simões, de um dos proprietários da empresa Nanox. Desta forma, como o COVID 19 tem uma estrutura orgânica, deduziu-se de imediato que o produto da Nanox, deveria ter uma eficiente ação contra o vírus. O vírus morre devido a um processo de oxidação. É como se o tecido tivesse mecanismos que possam queimar bactérias, fungos e vírus. Com sílica e prata metálica, há um efeito plasmônico da prata. Esse fenômeno pode absorver elétrons ou fornecer elétrons facilmente. Observou-se que a sílica com prata tem uma grande capacidade de quebrar a molécula de água, formando um radical hidróxido e um próton. Do outro lado, há um elétron para o oxigênio, que forma um íon peróxido e absorve esse próton e forma um radical peróxido. Este radical peróxido e o radical hidróxido oxidam bactérias, fungos e vírus. O tecido tem uma durabilidade de dois anos, suporta pressão e altas temperaturas. O método que desenvolveu a tecnologia é totalmente novo na literatura. A pesquisa foi desenvolvida para que, no futuro, tivéssemos elementos de proteção contra bactérias, fungos e vírus.

Ceramic Based Membranes for Gas, Liquid and Crystallisation Processing

Joe da Costa
FIM2Lab – Functional and Interfacial Materials and Membrane Laboratory School of Chemical Engineering, The University of Queensland, Brisbane Qld 4072, Australia

Joe da Costa is an Emeritus Professor at the School of Chemical Engineering, the University of Queensland, Australia. He was an Australian Research Council (ARC) Future Fellow. He founded and was the Director of the FIM2Lab – Functional Interfacial Materials and Membranes Laboratory. Joe has over 30 years working experience in industrial, consultancy and academic roles in Brazil, England and Australia. His research work covered inorganic membranes for the separation of H2, CO2, O2, ethanol, desalination and percrystallisation, membrane reactors in addition to catalysts for wastewater processing, and adsorbents for CO2 capture. Upon his retirement, Joe was a member of the Institute of Engineers Australia in the colleges of Chemical Engineering and Mechanical Engineering. Joe has over 320 international publications. His work has been cited over 11500 times, and his h-index is 57 (google scholar citations). Currently Joe is an Invited Professor at the Faculty of Science and Technology at the University Nova de Lisboa in Portugal.

Abstract
Integrating ceramic based membranes into industrial separation processes has many advantages including high temperature operation, thus reducing the need to cool down gases and improving overall process efficiency. In the gas separation field, ceramic membranes can process gas streams containing hydrogen or oxygen, which are two major world commodities for petrochemical and energy applications. Hydrogen can be separated by metal oxide silica derived membranes, a molecular diffusion-controlled process. Oxygen can be separated by dense perovskite membranes, where the diffusion of oxygen ions increases by doping the ceramic crystal cubic structure. Ceramic-carbon based membranes are now closing the performance gap in desalination applications, whilst vacuum can be used to tailor the pore size of carbon embedded into the ceramic pores. In addition, novel percrystallisation membranes can be prepared by using bio-inspired carbon precursors coated on porous alumina substrates to process mineral salts, food and pharmaceutical compounds. This work presents the latest development in ceramic based membranes including a discussion on future challenges.

O ciclo de Vida dos materiais cerâmicos

Manuel Ribeiro
Instituto Politécnico de Viana do Castelo

É doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade de Aveiro, é Professor adjunto do grupo disciplinar de Materiais a e Tecnologias de Produção e é membro da Unidade Investigação e Desenvolvimento de Materiais, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (Portugal). Foi diretor técnico de duas empresas cerâmicas, durante cerca de 10 anos. Possui várias publicações em revistas com arbitragem científica, mais de 60, artigos em atas de eventos internacionais com arbitragem científica, várias patentes nacionais e uma internacional. Tem como interesses científicos: a análise do ciclo de vida dos materiais; a reciclagem, valorização e inertização de resíduos industriais diversos; e a otimização das condições de processamento de diferentes produtos cerâmicos, de onde se destaca mais recentemente a produção aditiva de materiais cerâmicos

Resumo

A degradação de recursos naturais é uma realidade mundial que ocorre em todas as áreas do planeta, sem distinção entre países ricos, emergentes ou pobres. Diante deste quadro, a conservação dos recursos naturais tem-se tornado um tema para muitas discussões e trabalhos de investigação. Por esses motivos, um projeto sustentável deve estar centrado na utilização de recursos renováveis, na otimização do uso de recursos não renováveis e na diminuição de resíduos que o ecossistema não seja capaz de reabsorver.

Nesse sentido a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) de um produto é um mecanismo que tem como principal objetivo o desenvolvimento sustentável, uma vez que proporciona a contabilização do impacto ambiental, permitindo quantificar o uso de recursos naturais, a energia incorporada e a pegada carbónica de um determinado material. Os materiais cerâmicos são um dos materiais mais antigos do mundo utilizados na construção civil e na manufatura de utensílios domésticos. No entanto, o seu processo produtivo envolve sempre a utilização de grandes quantidades de energia, a emissões de gases do efeito estufa, utilização recursos naturais, o consumo de elevadas quantidades de água, etc. Uma Avaliação do Ciclo de Vida deste tipo de materiais permite uma análise detalhada da sua pegada ecológica e comparar os respetivos impactes com outros materiais alternativos.

Por outro lado, a possibilidade de reciclar e de reutilizar os materiais cerâmicos que atingem o seu fim de vida, tem vido a evitar o descarte deste tipo de resíduo no meio ambiente minimizando a sua pegada ecológica. A elaboração de eco-auditorias a este tipo de materiais através da utilização de software dedicado, tem facilitado a ACV neste tipo de produtos e permitido a tomada de decisões ecologicamente mais sustentadas.

Cirurgião-Dentista formado pela Universidade Estadual de Londrina com especialização em Endodontia pela Associação Odontológica Norte do Paraná (AONP). Inventor com patentes no Brasil e exterior na área de materiais, Empreendedor Endeavor, Presidente da ADETEC (Associação de Desenvolvimento Tecnológico de Londrina) e Fundador-Presidente da Angelus – Indústria de Produtos Odontológicos S/A .

Resumo
Será apresentado o case da Angelus, um empresa nacional com atuação global. Na busca de inovação, desde sua fundação em 1994 a empresa focou suas atividades de P&D na busca de soluções para Odontologia. A partir do ano 2.000 definiu como estratégia a pesquisa e o desenvolvimento de produtos cerâmicos com propriedades bioativas para o tratatamento de infecção associado aos tecidos dentais. Atualmente possui o maior número de patentes e o maior portfólio de produtos associados às biocerâmicas de silicato de cálcio. A palestra terá como objetivo apresentar a trajetória da empresa e os desafios encontrados para se destacar no cenário internacional que culminou na abertura de uma sede no Japão em 2018

Rosemary-Sadami-Arai-Shinkai

Rosemary Sadami Arai Shinkai
PUC - RS

Possui graduação em Odontologia pela Universidade de São Paulo, especialização em Envelhecimento e Saúde do Idoso pela Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ, mestrado e doutorado em Clínica Odontológica/Prótese Dental pela Universidade Estadual de Campinas e pós-doutorado pela University of Texas Health Science Center at San Antonio. Atualmente é Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Curso de Odontologia; orientadora de mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Odontologia. É membro da Comissão de Ética em Pesquisa da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO). Tem experiência na área de Odontologia, com ênfase em Clínica Odontológica, Prótese Dentária, e atua principalmente nos seguintes temas: próteses dentária e sobre implantes, odontogeriatria, integridade em pesquisa e ética em publicações científicas.

Resumo
A produção do conhecimento científico, seu uso efetivo e sua percepção de valor na sociedade como bem comum requer validade e credibilidade da pesquisa e de sua comunicação pública. A integridade acadêmico-científica é princípio fundamental no compartilhamento acordado de responsabilidade por cada ação e de confiança entre todos os atores: governo, instituição, pesquisador, periódico científico e público. Na formação acadêmica do aluno e do jovem pesquisador, a prioridade deveria ser a promoção de boas práticas em pesquisa, que está relacionada com valores fundamentais da ciência para a conduta responsável e cidadã. Contudo, há maior publicidade dos desvios de conduta, seja de forma involuntária por erro ou desconhecimento técnico, seja de forma intencional e com má fé. São exemplos mais concretos do que pode ser evitado ou mitigado se for conhecido. Portanto, torna-se fundamental o alinhamento de ações formativas e administrativas nas instituições acadêmicas, associações científicas, periódicos especializados e governo, para fomentar o exercício efetivo de integridade em pesquisa e de ética em publicação em todas as atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão.