Rafael Salomão
Universidade de São Paulo (EESC/SMM)
Resumo
A partir de 2001, empresas e governos de vários países
investiram cerca de 60 a 70 bilhões de dólares em pesquisas em
nanotecnologia. Estima-se que haja cerca de 2 mil empresas (a maioria
nos EUA, Europa ocidental e Japão) trabalhando exclusivamente com
produtos e processos baseados em nanotecnologia, produzindo entre 2 a 5
mil novas patentes por ano. Essas informações evidenciam a importância
dessas tecnologias em alguns setores, como eletrônica (computadores mais
rápidos), medicina (medicamentos mais eficientes e com menos efeitos
colaterais), agricultura (agroquímicos com menor impacto ambiental),
instrumentação técnica (microscopia eletrônica e de força atômica de
alta resolução). De forma menos visível ao público não-especializado,
diversas inovações tecnológicas com base nos conceitos de nanotecnologia
também foram introduzidas na área de cerâmicas refratárias. Como
exemplos, pode-se citar o crescimento de nanotubos de carbono in situ em
tijolos MgO-carbono e o uso de ligantes coloidais para consolidação de
concretos refratários. Esta apresentação descreverá os recentes avanços
no desenvolvimento desses projetos. Serão abordados estudos e técnicas
que utilizam a nanotecnologia para modificar as propriedades,
processamento ou aplicação de materiais refratários, com mudanças
impulsionadas ou causadas principalmente pelo uso de materiais
nanométricos.